Olá.

Voltei pro nosso Divã de número 2.

Quem acompanha o Taverna me viu comentando dia desses que o domingo foi bacana. Acontece que a pessoa que aqui vos escreve ainda acha que o corpo, que já vai ficando velho, ainda aguenta o tranco de um fim de semana de cerveja como quando tinha vinte anos. É amigos! O corpo envelhece e você precisa conhecer seus limites (anotado! Cumprir os “conselhos” que passo pros outros). Eis que após o domingo eu cheguei na segunda em casa completamente sem vontade de jogar algum game, o dia em si foi bem exaustivo, mas, o álcool no corpo ajudou. Compartilhei isso no supracitado Taverna. E esse cansaço me leva diretamente ao primeiro tópico que quero dividir com vocês no divã de hoje. Me acompanha!

Mogli (2016) / (The Jungle Book)

Nada afim de entretenimento que exigisse minha interação e participação, deitei-me e liguei a TV. Foi até bom, pois é bom justificar o dinheiro gasto em TV a cabo de vez em quando. Eis que passava o novo Mogli (2016) de Jon Fraveau (Homem de Ferro 1 e 2). Os trailers da adaptação para live action de um dos maiores clássicos da Disney já me seduziam ainda no cinema. Mas, por alguma razão acabei dropando o filme nas telonas e confesso que já até havia me esquecido dele. Erro este que espero que vocês não cometam.

Antes de me dirigir a Interwebs e procurar pelas análises pra ver se as opiniões iam de encontro com as minhas, eu já fiquei impressionado. Fraveau conseguiu colocar muita alma nesta arriscada adaptação que insere um jovem ator (apenas 10 anos) em atuação com “animais” completamente feitos em CG (Computação Gráfica). E Neel Sethi (Mogli) mesmo em tão tenra idade consegue entregar uma atuação convincente e carismática. O roteiro simples não é embasbacante e pode até mesmo ser considerado mediano, mas, cumpre seu papel.

Mogli e sua “mãe”. Tocante

Mogli, o menino lobo, como você deve saber, é um menino que é encontrado na selva por Bagheera (a fantástica Pantera na imagem que você vê lá em cima) e o leva para ser criado e cuidado por uma alcateia. A vida de Mogli se torna complicada quando Shere Khan (um majestoso tigre) aparece e exige ceifar a vida do garoto. O motivo deixarei que você descubra por si só, para não estragar sua experiência. E em uma tentativa de manter a vida do garoto, o mentor Bagheera é compelido a levar o menino de volta para a sociedade dos homens, o que faz Mogli conhecer outro emblemático personagem já conhecido da franquia, o preguiçoso e quase brasileiro (devido seu jeito “espertão”) urso Baloo. Como eu disse, o roteiro cumpre seu papel, mas, nem de longe é o destaque da película.

Fora a atuação de Sethi, que convence, o grande destaque é como as belas feras são brilhantemente criadas em CGI. Críveis que só. Mas, é na “alma” que é dada a estas criaturas é que está o grande trunfo do filme. A sinergia entre o garoto e as criaturas, que lembro: não existem, é digno de nota e comove. Realmente uma apresentação visual incrível. Temos ainda as canções entoadas, são brilhantes como se espera de um filme da Disney e com um elenco original soberbo. Mas, confesso: como eu não esperava ser surpreendido tão positivamente e não esperava escrever sobre o filme, assisti na forma em que mais gosto: em minha língua mãe. Então, acabo por não ter opinião acerca do excelente elenco de dubladores originais que conta com Ben Kingsley (Bagheera), Idris Elba (Shere Khan), Scarlett Johansson (Kaa), Bill Murray (Baloo) e outros.

Recomendo fortemente!

Morte de Marisa Letícia

Começando: não pretendo falar de política aqui. Tampouco quero saber seu lado político-econômico.

A reflexão que proponho é em sentido diferente. Você deve saber que Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, faleceu recentemente.

Algo me incomodou com o fato, e não é necessariamente com a morte dela propriamente dita.

A morte faz parte do ciclo de nossa vida. Pessoas nascem. Pessoas morrem. Próximos e pessoas que admiram o falecido sofrem. Mas, após a morte de Marisa, assim como com várias notícias que me interessam, fui atrás dos veículos para saber motivos, etc. E me encontrei pasmo com as interações, comentários em qualquer página que eu lesse sobre o falecimento dela. O ódio destilado por razões políticas era nítido. Isso me incomodou. Vejo comportamento semelhante em diversas outras áreas: futebol (um dos meus hobbys favoritos e adoro acompanhar), política e até mesmo nos games. O “ismo” está em todo lugar. Mas, alguém morreu. Não há limite? Não há condolências? Nem mesmo diante de um medo que qualquer ser humano tem: a perda de um ente amado? As palavras proferidas em diversos canais eram bem pesadas. Bem pesadas.

E eu fiquei pensando sobre o tema. Quando é que voltamos pra este estado? Será que algum dia saímos dele? Evoluímos apenas tecnologicamente?

O comportamento de alguns seres humanos (?) me fazem questionar isso.

Fire Emblem Heroes

 

Mas, vamos falar de coisa boa. Fire Emblem Heroes aportou recentemente nos mobiles (IOS e Android). Pessoalmente eu tinha uma grande curiosidade pra saber como a Nintendo faria com uma de suas grandes marcas nos celulares.

Tá! Eu sei que Fire Emblem não é tão emblemático quanto Mario e Zelda, mas, ainda assim, é uma das marcas da empresa e que tem ganhado notoriedade recentemente com ótimos títulos lançados tanto pra 3DS quanto pra WiiU.

Tá! Eu também sei que Pokémon Go já saiu e que já sabemos sobre Super Mario Run. Mas, entenda: estes dois casos citados mudaram a fórmula de seus games em muitos pontos. Heroes também muda, mas, não drasticamente. Aqui o game continua com sua premissa de outros títulos: um estratégia por turnos onde você coloca seus guerreiros para batalhar contra o time adversário. E é uma boa adaptação pra mobile, apresentando basicamente o mesmo estilo que você está acostumado em outros títulos da marca. As batalhas são mais curtas, como esperado e desejado em tal plataforma.

Nada absurdo, mas, ainda bonito. E com “cara” de Fire Emblem. Boa pedida.

Entretanto, você continua com o design de personagens como na série principal e até mesmo temas específicos tocados em momentos scriptizados do game, boas músicas. Veja: há até mesmo música cantada. A sensação que fica é que você poderia estar realmente jogando este em um portátil da Nintendo tamanha a fidelidade entregue. Os gráficos no campo de batalha não são tão bonitos quanto as artes apresentadas, mas, convencem e são agradáveis. Há também dublagem em pontos chaves, ainda que as variações de vozes sejam bem poucas. Invariavelmente você verá que a personagem X possui a mesma voz da personagem Z… E Y… E W… Enfim. Como é uma plataforma mobile é um ponto que você compreende, mas, impossível não notar.

Deixo claro também que o game não perde sua cara mobile. E isso pro lado bom e ruim. Ele ainda demanda griding (bom, a série principal também, mas, você entendeu) e tem rotinas de missões diárias e semanais para você liberar recompensas que te ajudam a evoluir seus personagens e até mesmo liberar novos.

Como é gratuito (você ainda pode investir dinheiro real pra evoluir mais rápido) é uma ótima pedida e que mostra que a Nintendo pode sim fazer boas coisas nos mobiles, focado na forma como essa plataforma é exigida. Isso não só ajudará a expandir suas marcas como abocanhar um pouco de dinheiro por fora.

Mas, fica a ressalva: com o tempo, Heroes sofre do mesmo mal de vários outros mobiles, ele se torna repetitivo e a fórmula pode cansar em cerca de 10 horas.