Fala galera! Finalmente estamos de volta!!! E agora é para ficar (eu espero, hahahahaha)!!!

Depois de um pequeno hiato de alguns poucos meses aí (hue), vamos voltar com tudo para completar 100 Retro Game Club, e depois 200, e depois mais de OITO MIL!!!!! Hahahahaha

Então, vamos ao jogo de hoje, que faz parte de uma série que eu quero falar desde que a gente começou com o RGC. O jogo da semana (da quinzena? Do mês? Não sei ainda, hahahaha) é:

Parasite Eve: The 3rd Birthday

Lançamento: 22 de dezembro de 2010

Plataforma: PSP (exclusivo)

Desenvolvedora: Square Enix/HexaDrive

Também conhecido como Parasite Eve: Franchise Killer (hue). Lançado em 2010 no Japão e em 2011 no Ocidente, exclusivamente para PSP, o jogo foi desenvolvido em parceria da Square Enix com o estúdio Hexa Drive, formado por antigos funcionários da CAPCOM. Contou com a participação intensa de Hajime Tabata (responsável por FFXV), que, inclusive, pensou em abandonar o seu outro projeto, Final Fantasy Type-0, para se dedicar exclusivamente ao The 3rd Birthday. Final Fantasy Type-0 que salvou a franquia FF do ostracismo, e alavancou a carreira de Hajime Tabata a diretor oficial de praticamente tudo FF daqui para a frente, ou seja, ainda bem que ele não focou no 3rd Birthday.

Sim, eu sei que o jogo não é tão retrô assim, sendo da geração passada. Mas lembrem-se que o PSP foi lançado em 2004, competindo de frente com um não tão moribundo Gameboy Advance, que foi descontinuado somente em 2007, e com o recém-nascido queridinho das mamães (e de todos os outros humanos na Terra, menos o @whitecrow), Nintendo DS.

O jogo pretendia reapresentar a protagonista Aya Brea para a audiência gamística, já que os jogos anteriores da série tinham sido lançados mais de dez anos antes (em 1998 e 1999).

Artes oficias da Aya Brea, em ordem: Parasite Eve, Parasite Eve II, e Parasite Eve: The 3rd Birthday

Isso porque Parasite Eve, na data do lançamento do primeiro jogo, já era uma franquia multimídia relativamente bem estabelecida nas terras nipônicas.

Primeiro com o lançamento de um livro, que, posteriormente, foi adaptado para os cinemas nipônicos, mais ou menos um ano antes do lançamento do primeiro jogo da série.

Parasite Eve

O primeiro e o segundo jogos seriam continuações da história iniciada no livro. Dois mangás também foram lançados, um adaptando o livro, e o segundo adaptando e expandindo os eventos do primeiro jogo.

3rd Birthday, que prometia uma revitalização da série, é um jogo de tiro em terceira-pessoa, com diversos elementos de RPG, inclusive um sistema de customização consideravelmente profundo.

Uma curiosidade interessante da série Parasite Eve é que cada jogo usou um sistema completamente diferente de jogabilidade.

O primeiro jogo é um RPG nos idos de Chrono Trigger, com um sistema parecido com o Active Battle System inaugurado pelo icônico RPG, com algumas adições, como movimentação e posicionamento. Além da necessidade de se observar a quantidade de munição disponível, já que Aya Brea usa primariamente armas de fogo para lutar.

Parasite Eve II

O segundo jogo evoluiu o sistema para deixa-lo ainda mais ativo, adicionando principalmente a necessidade de movimentação, já que agora a maior parte dos golpes dos inimigos podia ser evitada pelo jogador mais esguio, com bom posicionamento e dogdes.

O terceiro jogo é completamente de ação, sendo que os elementos de RPG ficaram para outras partes do jogo, como cálculo de danos (no melhor estilo “The Division”, para usar um exemplo moderno), mas com o combate sendo inteiramente em tempo real.

Os equipamentos que podem ser carregados por Aya Brea para as missões são customizáveis, sendo que cada arma suporta um certo número de modificações para deixa-las mais rápidas, mais precisas, ou mais poderosas. De novo, pense em The Division com um toque de Metal Gear V, já que a árvore onde as armas são destravadas são bem parecidas nos dois jogos.

A UI é toda zoada assim mesmo, bastante informação. Mas dentro do jogo faz sentido.

Além dos armamentos, Aya tem acesso a diversas roupas, chamadas pelo jogo literalmente de “armaduras”, sendo que essa foi uma das principais fontes de polêmicas do jogo, já que essas “armaduras” são destrutíveis, de acordo com o dano levado pelo jogador, se tornando cada vez mais reveladoras, por assim dizer, num bom exemplo de fan service que não foi muito bem recebido pelos fãs da série.

Exemplo do sistema de “Destruição de Roupas™” presente no jogo (nome oficial da mecânica, de fé!)

Outra polêmica foi a vulnerabilização, para usar de um neologismo aqui, da protagonista, além da óbvia sexualização/objetificação de Aya. Isso porque tanto a história quanto, por exemplo, a mixagem sonora do jogo, tornaram Aya em uma mulher muito mais submissa e passiva do que nos jogos anteriores.

Sim, essa é uma cena… de The 3rd Birthday

Isso porque a Aya geme quando toma dano. Não grita, nem, sei lá, urra. Não. Ela geme.

A história de Parasite Eve: 3rd Birthday também foi um dos pontos baixos do jogo. Desviando um pouco da questão biológica do jogo anterior, agora temos uma espécie de inimigo viajante do tempo, chamados Twisted.

A própria Aya tem tal habilidade, surgida de eventos que ela não consegue explicar, em razão da sua amnésia (olha aí, a boa e velha amnésia do protagonista). Chamada Overdive, além de viajar no tempo, Aya pode tomar o controle dos corpos das pessoas que estejam presentes.

A história então se desenvolve em uma espécie de Efeito Borboleta, com a Aya sendo enviada para o passado, nos “corpos” de outras pessoas, para tentar modificar, aos poucos, o futuro.

Importante dizer que os gráficos do jogo são ótimos para o PSP, e que a jogabilidade de tiro em terceira pessoa, apesar de ter uma curva de aprendizado bem íngreme no começo do jogo, funciona muito bem e deixa o game com muito ação, logo que você se acostuma.

Vale dizer que, apesar de todas as críticas, trata-se de um bom jogo de tiro em terceira pessoa, com muita ação, bem frenética. A impressão que ficou desse jogo foi que os reviews acabaram com ele completamente, mas na verdade, a média do Metacritic, por exemplo, é de 71. Claro, abaixo dos 81 e 79 do primeiro e do segundo jogo, respectivamente, mas ainda assim é uma boa média! Eu curti, hahahaha.

Um detalhe que sempre me interessou na série Parasite Eve é que os jogos, apesar de RPGs, são relativamente curtos (entre 10 e 20 horas), o que é um elogio!

Jogar a série Parasite Eve, em ordem, é quase como assistir uma boa série policial com um toque de weird science misturado (The Fringe, Arquivo X são bons exemplos). Cada jogo funciona como uma temporada dessa série, fechando uma história bastante satisfatória e divertida!


Como eu disse lá no começo, Parasite Eve é uma franquia multimídia, que começou com um livro lançado em 1995, sendo que foi rapidamente adaptado para um filme, de 1997:


O primeiro e o segundo jogos também foram adaptados para os quadrinhos, com Parasite Eve Diva. E para fechar, uma curiosidade: 3rd Birthday foi o primeiro jogo da série em que os personagens foram dublados. Para a dublagem americana, foram contratados Yvonne Strahovski e Jensen Ackles, mais conhecidos como Miranda Lawson (Mass Effect) e Dean Winchester (Supernatural):


É isso aí galera!!! Estamos de volta!!! Espero que tenham curtido!

E, como sempre, bom jogo a todos!