Editorial Rodando Planeta Gamer

O Rodando Planeta Gamer já conta com indicações e análises de games dentro de seus podcasts, mas, as vezes por uma ou outra razão, a principal delas é o timing, um título especial pode não receber a devida atenção. Outro grande motivo é que os casts são amplos e por cobrirem diversos temas podem não dar aquela atenção exclusiva a um jogo que um leitor teria ao ler uma resenha. Sendo assim, atendendo a pedidos e um desejo primário do site inauguramos com orgulho nossa seção de Análises. Nesta estreia temos Claudio “Baha” Basckeira fazendo uma análise de Panzer Dragoon Saga com a cara do RPG: hardcore do jeito que você é, mas, sem perder aquela suavidade e diversão tão peculiar de nossa mídia favorita. Divirta-se com a análise completa deste clássico e não deixe de contribuir o trabalho com aquele comentário e feedback.

Análise escrita por: Claudio “Baha” Basckeira

Janeiro de 2016.

Mais de 2 anos atrás eu iniciei minha “missão” de, cumprindo a promessa que fiz ao meu eu de 12 anos de idade, recuperar o tempo perdido jogando todos os JRPGs de Playstation que eu queria ter jogado na época e não pude. Percorri minuciosamente a lista de jogos do sistema para relembrar de tudo e depois ainda adicionei mais, baseado em sugestões de outras pessoas sobre jogos que valeria a pena eu experimentar e séries das quais seria interessante conhecer as origens.

Pouco após a metade desse mês eu finalmente havia encerrado minha lista, tendo conseguido um aprendizado interessante e inclusive algumas boas descobertas e surpresas. Mesmo assim o saldo final ainda era um pouco “mundano”. Aparentemente a nata da geração eu já havia jogado há tempos, e o que tinha ficado de lado, com poucas exceções realmente não estava no mesmo patamar. Eu daria fim a essa etapa quase sem ter revivido o sentimento de descoberta e fascinação que marcou boa parte das minhas experiências com games quando mais novo.

Mas de última hora decidi fazer um pequeno adendo e promover minha “lista de PS1” para “lista da geração 32 bits“, por ter me lembrado de um jogo que talvez merecesse fazer parte de uma lista dessas, mas que era de outro console. Tratava-se de Panzer Dragoon Saga, do Sega Saturno. Um jogo obscuro, difícil de encontrar fora da internet, para um console fracassado e de vida curta. Também serviria para que, sob o pretexto de me aclimatar à ambientação da série e ao background do seu mundo, eu jogasse novamente e relembrasse os 2 jogos de tiro sobre trilhos que foram seus antecessores.

E como em daqueles eventos quase poéticos do destino, o último jogo do gênero para essa geração que fui experimentar acabou encerrando minha peregrinação com chave de diamante. Sem dúvidas uma jóia oculta, enterrada em um passado quase esquecido, Panzer Dragoon Saga mostrou-se um dos jogos mais divertidos, criativos e fascinantes que eu já joguei dentre todos os do gênero!

Lembro que quando ouvi falar sobre o jogo pela primeira vez, na época de seu lançamento, eu tinha imaginado que um RPG de Panzer Dragoon seria a coisa mais fantástica do mundo. Eu conhecia Super Mario RPG como um precedente extremamente bem sucedido em se tratando de transportar para o gênero uma franquia de origens distintas. Além disso a temática de voar em um dragão com aqueles poderes e conhecer a fundo um mundo tão diferenciado e criativo parecia ser o que eu sempre sonhei em um jogo. Mas com a impossibilidade de acesso a ele na época, tudo isso acabou sendo esquecido.

Foi incrível constatar, com quase 20 anos de atraso, que ele de fato atendia minhas expectativas! E agora explico as razões.

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Ambientação geral

Panzer Dragoon Saga, assim como os 2 jogos anteriores, se passa em um mundo pós apocalíptico, árido e hostil, com uma temática visual bastante incomum baseada num estilo turco/otomano. De fato é uma série com um estilo arquitetônico bastante único, já que os designers na maioria dos games costumam adotar algo mais ligado à Europa ocidental ou China e Japão.

A intenção de passar essa ideia de estrangeirismo foi tão forte que chegaram a inventar um idioma fictício que é usado nos jogos

O visual não apenas possui uma base diferenciada, mas opta frequentemente por construções e máquinas com formatos estranhos, assimétricos, que causam um certo desconforto por destoarem muito do que parece natural. A intenção de passar essa ideia de estrangeirismo foi tão forte que chegaram a inventar um idioma fictício que é usado nos jogos.

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Nesse mundo os 3 jogos da série possuem conexões diretas de enredo, sendo que na cronologia interna as histórias se passam na ordem de Panzer Dragoon 2 Zwei, Panzer Dragoon e Panzer Dragoon Saga. Esse último fornece informação suficiente para não deixar os jogadores perdidos, mas ainda assim vale a pena jogar os 2 primeiros, pois há diversas referências e é uma sensação diferente conhecer os acontecimentos em primeira mão quando eles são referenciados.

Gráficos

Visualmente, Panzer Dragoon Saga talvez seja um dos jogos mais bonitos do Saturno. Pena que isso não queira dizer muito.

Um fato impressionante sobre o jogo é ele ser totalmente poligonal. Desde explorar as áreas usando o dragão, passando pelos combates, pela exploração da cidade como humano e até mesmo o interior das casas, tudo isso é em 3D com câmera livre.. Não há fundos pré renderizados e até mesmo a conhecida técnica de aumentar o detalhamento dos cenários usando elementos 2D “de papelão” para objetos pequenos e/ou distantes é usada com bem pouca frequência aqui, exceto por uma ocasião no jogo. Todos os personagens também são modelados em 3D, em todas as ocasiões.

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É algo realmente difícil de acreditar, em se tratando do hardware em questão, mas por outro lado isso acaba tendo o seu preço. Essa é definitivamente uma das razões que me fazem crer que esse jogo saiu na geração errada, pois o Saturno é simplesmente muito limitado, principalmente em termos de renderização 3D, e isso é facilmente visível.

Panzer Dragoon Saga talvez seja um dos jogos mais bonitos do Saturno. Pena que isso não queira dizer muito.

Há problemas com a distância de renderização durante as partes no dragão, mostrando as coisas apenas a partir de certa proximidade, o que pode ser problemático em certos ambientes mais abertos e exigindo usar o mapa com alguma frequência. Esse tipo de problema não ocorre na cidade, mas ela possui suas próprias deficiências, como o fato de que em áreas mais detalhadas a geometria chega ao limite do discernível, com objetos modelados com um número tão baixo de polígonos que não deveria ser fisicamente possível. Isso ocorre ao lado de algumas decisões estranhas, como por exemplo as escadas que foram feitas com todos os degraus modelados, ao invés de apelar pra sacada esperta de rampas com uma textura marota que Zelda: Ocarina of Time usava bastante.

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Além disso o jogo tem um ciclo de dia e noite que não é baseado em tempo, mas em alguns eventos e em viajar entre locais. Mesmo assim ainda é algo que possui uma grande atenção aos detalhes pois, por exemplo, quando você decide esperar até o amanhecer o jogo te transporta para o final da noite e a iluminação gradualmente muda até um equivalente do meio dia. Nas cidades o horário influencia nos eventos disponíveis, locais acessíveis e no comportamento dos NPCs. Em outros locais é apenas um efeito visual mesmo.

Os cenários de exploração são em sua maioria amplos e cheios de elementos. Mesmo com os problemas de distância de renderização muita coisa é exibida na tela e é possível se aproximar de elementos do cenário para se dar conta de detalhes que você não imaginava estarem presentes. São cenários bastante variados também. Visualmente os combates lembram muito estágios dos games anteriores.

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Tudo isso roda com um framerate bastante estável e aceitável durante todo o jogo, mostrando que a equipe passou um bom tempo tirando leite de pedra no console.

O jogo também conta com várias cenas em CG, com um visual até que acima da média para a época, mas sofrendo gravemente com uma compressão ineficiente.

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O jogo também conta com várias cenas em CG, com um visual até que acima da média para a época

Som

A parte sonora é uma das melhores da série e possui várias músicas muito boas. São melodias mais voltadas a ajudar a compor situações e cenários, não grudando tanto na cabeça e não tendo tanto destaque por si só, mas mesmo assim sendo de excelente qualidade e se encaixando de forma natural em todas as situações do jogo.

Algo surpreendente é que TODOS os diálogos do jogo são falados. Desde cenas importantes até conversas fúteis com NPCs na cidade. Durante a apresentação e o final as falas são dubladas na língua fictícia inventada para o jogo e todo o restante é em japonês, tudo com legendas em inglês.

História e Personagens

O seu grupo ativo é composto por Edge, o jovem protagonista humano, e seu dragão, o qual você pode nomear. O garoto atua sozinho na cidade e acampamentos e em algumas poucas situações à parte. Toda a exploração e combate é feita com ele montado no dragão, sendo que alguns outros personagens se juntam ao seu grupo em certos momentos, mas não são controláveis.

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Edge é um personagem bastante falante e com uma personalidade até que bem definida. Pessoalmente gostei e não achei ele nem muito bobo e nem chato ou irritante. O dragão tem ações e maneirismos mais semelhantes aos de um animal de estimação. Durante a aventura vários outros personagens vão cruzar o seu caminho e, apesar de alguns receberem um tratamento simples e com pouco desenvolvimento, tudo progride e é contado com um bom ritmo, fazendo com que um certo apego aos personagens e à história seja criado. Muitas das situações também ajudar a amarrar pontas soltas dos jogos anteriores e fechar a narrativa da série de uma forma mais concisa.

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É de se imaginar que, sendo um RPG, o jogo tenha um foco bem maior no enredo e nos diálogos que seus antecessores, expondo em detalhes as informações sobre o mundo, sua história e as motivações dos personagens. Fora o essencial que é apresentado diretamente a você durante a narrativa, também é possível aprender mais a fundo sobre tudo isso encontrando alguns documentos. Neles é que são expostas as principais ligações com os jogos anteriores e, não sendo muito extensos, vale a pena ler o que eles têm a revelar.

Fora o essencial que é apresentado diretamente a você durante a narrativa, também é possível aprender mais a fundo sobre tudo isso encontrando alguns documentos

Algumas das partes importantes do jogo se desenrolam nas CGs, que são bastante usadas até mesmo para mostrar apenas personagens conversando, se a ocasião for importante para a história central.

Jogabilidade

O aspecto de maior destaque em Panzer Dragoon Saga é sua jogabilidade, honrando suas origens e se diferenciando bastante dos RPGs de sua época.

As partes no comando de Edge possuem jogabilidade e câmera livre parecidas com as dos Zeldas de Nintendo 64

As partes no comando de Edge possuem jogabilidade e câmera livre parecidas com as dos Zeldas de Nintendo 64, o que não deixa de ser impressionante para um jogo da época, mas fora isso não destoam muito do que o gênero costuma oferecer. Você anda, corre, conversa, compra, vende e tem as interações básicas. Uma diferença é o modo como você interage. Ao apertar o botão de ação uma mira é mostrada e você pode usála para selecionar objetos/pessoas com quem você deseja interagir. É um modo um pouco menos elegante que o de Zelda para garantir que nada passe batido e que você não precise ficar se posicionando com exatidão para interagir com o objeto certo.

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Entre um local e outro há um mapa geral onde você escolhe seu próximo destino. O mapa é poligonal também e mostra uma visão geral da região onde o jogo se desenrola. Geralmente, além dos locais para onde se pode viajar, está disponível um acampamento também, onde você pode salvar o jogo e interagir com o dragão e algum outro personagem que esteja acompanhando. O acampamento muda de localização ao longo do jogo, mas está sempre acessível pelo mapa.

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A exploração é onde as coisas começam a ficar interessantes. Montado em seu dragão, toda passagem por áreas hostis é feita voando. Há cenários confinados como cânions e locais subterrâneos que funcionam geralmente como corredores, e outros abertos onde você pode ir para qualquer lugar, com a câmera sempre nas costas do dragão e a possibilidade de ajustar a altura do vôo. Há mapas para encontrar que mostram toda a área e diversos itens espalhados. Há também algumas variações na jogabilidade. Novamente usando uma mira para interagir, você pode causar certos efeitos em alguns objetos e criaturas, resolvendo puzzles e algumas vezes encontrando segredos. A variedade dessas situações, assim como os segredos e elementos opcionais presentes no game são, pela extensão do jogo, muito bem dosados. Tudo funciona muito bem e voar pelos diversos cenários do jogo é uma sensação ótima, indo em todos os cantos em busca de algo escondido ou simplesmente de algum detalhe especial que a equipe tenha colocado.

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Combate

O sistema de combate do jogo é a peça central da jogabilidade, e há muito o que dizer sobre ele.

(O Combate) trata-se de uma mistura do ATB de Final Fantasy e a jogabilidade on rails do próprio Panzer Dragoon

Trata-se de uma mistura do ATB de Final Fantasy e a jogabilidade on rails do próprio Panzer Dragoon! Seu dragão possui uma barra segmentada em 3 partes que vai se enchendo durante o combate, e quando pelo menos uma parte está cheia você pode agir. Como ações você pode usar o tiro de Edge, o laser do dragão, um item ou um “berserk“. Os berserks são as magias do jogo, e alguns podem gastar mais de uma parte da barra. Os inimigos também possuem suas barras, invisíveis para você, que determinam quando eles podem tomar suas ações.

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O aspecto que dá todo o lado dinâmico ao combate é o sistema de posicionamento. Existem 4 posições possíveis onde seu dragão pode estar com relação ao grupo de inimigos. Os lados, atrás ou na frente. Um pequeno radar na parte inferior da tela indica seu posicionamento atual, bem como a situação dos inimigos. Cada inimigo possui características únicas com relação a isso para ataque e defesa. Do lado ofensivo, cada direção é indicada no radar com uma cor: Vermelho, vazado e verde. Uma direção vermelha é onde pelo menos um inimigo pode utilizar seus ataques mais poderosos. Uma direção vazada/sem cor é onde inimigos podem usar no máximo seus ataques comuns, e em direções verdes você está totalmente seguro. Do lado defensivo, cada inimigo pode possuir direções que expõem seus pontos fracos ou de onde, pelo contrário, são quase invulneráveis..

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Você pode girar ao redor do grupo de inimigos para se reposicionar a qualquer momento, mas enquanto está fazendo isso sua barra de ação para de encher. Os inimigos também podem forçar um reposicionamento, mas nesse caso sua barra continua enchendo. É importante analisar bem o comportamento dos inimigos para saber a melhor estratégia, manter-se em locais seguros, atingir pontos fracos, eliminar inimigos na ordem certa parar criar buracos em sua formação, etc. Chefes, claro, complicam a sua vida, normalmente tendo pontos fracos posicionados no lado onde eles podem usar seus ataques mais fortes, ou trocando seus pontos de ameaça durante o combate.

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Diretamente ligado ao sistema de combate está a evolução do seu dragão. Aqui ele adquire novas formas-base durante o desenrolar da história, mas fora os avanços inevitáveis, também é possível customizar a qualquer momento o equilíbrio de poder do seu dragão, arrastando um indicador dentro de um círculo para dosar suas habilidades entre ataque (poder do laser), defesa (auto-explicativo), agilidade (velocidade de carregamento das barras) e espírito (poder dos berserks). Força é inversamente proporcional a espírito, sendo necessário diminuir um para aumentar o outro, assim como agilidade o é com defesa. O mais legal é que o visual do seu dragão se altera de modo procedural com qualquer alteração que você faça!

O mais legal é que o visual do seu dragão se altera de modo procedural com qualquer alteração que você faça

O bom uso desse sistema pode te ajudar muito em certas situações, tirando proveito das forças e fraquezas de determinados chefes. A situação da customização do dragão ao passar de nível também influencia em quais berserks ele irá aprender mais rápido ao longo do jogo, pois esses são divididos em categorias ligadas aos atributos. Cada tipo também te confere uma habilidade passiva que entra em efeito quando você mantém as 3 barras cheias em combate.

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O jogo raramente se mostra muito difícil se você dominar o sistema de combate, mas algumas situações podem requerir uma atenção especial, principalmente mais adiante.

Um pequeno grande épico

Com seus 4 CDs, Panzer Dragoon Saga pode a princípio dar a impressão de rivalizar em extensão com qualquer Final Fantasy, mas é uma grande surpresa descobrir que o jogo tem pouco mais de 15 horas de duração. O primeiro CD se encerra com aproximadamente de 3 a 4 horas contabilizadas!

Isso provavelmente se deve à quantidade e extensão das CGs usadas para contar os momentos chave da história, com algumas parecendo até curta-metragens, como a inicial. Outro fator que pode ter contribuído são os diálogos falados.

Mesmo assim, o tempo parece adequado e o jogo encerra antes de ficar cansativo. Além disso, há pouca necessidade de grinding e quase nenhum evento está lá apenas para encher linguiça, fazendo com que esse tempo seja bem preenchido com situações interessantes e variadas.

Obs: É possível emular o jogo nos emuladores SSF e Yabause. Esse segundo permite alterar a resolução de renderização, o que torna os gráficos BEM mais aceitáveis e permite ver o que há por trás de toda a pixelização da resolução nativa. Infelizmente ele causa glitches gráficos em algumas poucas telas durante o jogo. Mais notavelmente o chão do acampamento sempre desaparece. Seguem algumas imagens:

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Prós:

– Sistema de combate criativo e bem executado
– Jogabilidade geral agradável e variada
– Ambientação incomum e interessante
– Construção de mundo com incrível atenção a detalhes
– Bom ritmo de progressão

Contras:

– Gráficos envelheceram mal
– 4 CDs para um jogo bem curto
– Decisões de negócio (lançar para o Saturno no final da vida do console, tornando-o um jogo de difícil acesso)

Veredito:

Panzer Dragoon Saga é uma jóia oculta, feito com um carinho excepcional e apresentando conceitos muito à frente de seu tempo. Quem tiver a oportunidade e se interessar pelo gênero deve com certeza conhecê-lo. Duvido que vá se arrepender!

Planetas Gamers Notas 4,5

Nota do Editor:

Os “Planetas Gamers” representam o sistema de “notas” das análises do Rodando Planeta Gamer. Mas, lembramos nossos leitores que os Planetas Gamers são apenas mais um parâmetro para te auxiliar a escolher se aquele game merece ou não sua atenção, tempo e dinheiro. Nosso principal método de opinião são nossas análises completas. Os Planetas Gamers por si só, sozinhos são subjetivos e sujeitos a comparações que podem não condizer com todo o conteúdo da análise completa.

1 a 1.5 Planetas Gamers = Fraco
2 a 2.5 Planetas Gamers = Ok!
3 a 3.5 Planetas Gamers = Bom
4 a 4,5 Planetas Gamers = Excelente
5 Planetas Gamers = Um conjunto bem próximo da “perfeição”. Uma obra prima de seu estilo.