Olha o bicho vindo!

Autor: Munnrah

Ficha técnica

Alien Isolation

Data de lançamento: 07 de outubro de 2014

Plataformas: PS4, PS3, Xbox One, Xbox 360, Windows, Linux

Um dos jogos que melhor consegue transferir o clima do primeiro filme, para o nosso hobby é, por acaso, um dos mais recentes jogos da franquia.

Esse review foi publicado originalmente como parte da análise dos dois primeiros filmes da franquia Alien na coluna Reverse Game Club – Alien do Munnrah. Confira também o review de Alien – Infestation, pelo grande Vinícius, aqui.


Alien Isolation acompanha a história de Amanda Ripley, filha de Ellen Ripley, em busca de sua mãe, desaparecida desde a sua infância.

Agora adulta, e engenheira, Amanda é contatada pela Weiland-Yutani, através do sintético Samuels, para informa-la de que a caixa preta da Nostromo acaba de ser recuperada, e está na Estação Espacial Sevastopol.

Sevastopol e Torrens

“Amanda embarca na nave espacial Torrens, rumo à estação, para finalmente descobrir o destino de sua mãe”

A corporação lhe oferece a oportunidade de recuperá-la, e assim Amanda embarca na nave espacial Torrens, rumo à estação, para finalmente descobrir o destino de sua mãe, oficial da Nostromo, há muito desaparecida.

A Sevastopol, uma estação espacial operada pela Seegson Corporation, está prestes a ser desativada, e se encontra praticamente deserta, com as comunicações danificadas, e sem pessoal capaz de permitir que a Torrens atraque.

Assim, Amanda e o restante do time da Torrens decidem realizar o embarque na estação através de EVA (extravehicular activity), mas uma explosão acaba separando-a do seu time, deixando-a presa em Sevastopol.

Em sua busca incessante por vida alienígena, APOLLO, computador da estação espacial, trava toda a estação, inclusive liberando os androides da estação, chamados Working Joe, para a utilização de força letal contra qualquer humano que encontrarem, o que acabou causando uma revolta na estação.

Isso porque os tripulantes da nave Anesidora, que encontraram a caixa preta da Nostromo, também trouxeram a bordo da Sevastopol um Xenomorph.

“Assim, o jogador, no papel de Amanda Ripley, deve lutar contra os humanos insurgentes à solta em Sevastopol, os Working Joe, e por fim, o Xenomorph.”

Assim, o jogador, no papel de Amanda Ripley, deve lutar contra os humanos insurgentes à solta em Sevastopol, os Working Joe, e por fim, o Xenomorph.

Alien Isolation é um jogo de terror em primeira-pessoa. Amanda dispõe de alguns armamentos que ela encontra pela estação, como um bastão elétrico e um revolver, mas praticamente todos eles são de pouca utilidade contra os resistentes androides trabalhadores, e de nenhuma utilidade contra o Xenomorph.

Para isso, ela deve também utilizar de sua habilidade em engenharia, para construir dispositivos explosivos, inflamáveis, de dissimulação, para assustar ou chamar a atenção dos androides e do Xenomorph.

“A atividade do Xenomorph através do jogo é controlada por uma inteligência artificial, que “posiciona” a criatura de acordo com a atividade do jogador.”

A atividade do Xenomorph através do jogo é controlada por uma inteligência artificial, que “posiciona” a criatura de acordo com a atividade do jogador. Ficar parado por muito tempo, disparar as armas sem motivo, fazer muito barulho correndo, são todas atividade que “atraem” a atenção do Alien, e são capazes de libertá-lo em uma área.

Mecanicamente, essa inteligência artificial define o lugar e o momento do spawn do Alien, sendo que o Xenomorph costuma surgir de dutos de ventilação, ou outras áreas obscurecidas, sendo que apenas pouquíssimas situações são guiadas por scripts.

Apenas na dificuldade mais alta, lançada através de um update após a publicação do jogo, é que o Alien se torna uma presença permanente, sem se “teleportar” de um duto para outro, situação que, nas dificuldades mais tradicionais (inclusive no hard), davam um tempo para o jogador respirar.

“A produção do jogo fez uso extensivo da iconografia, e do guia semiótico desenvolvido para Alien, o Oitavo Passageiro, aproveitando até um ou outro design que ficaram de fora do filme original, principalmente de Rob Cobb e de Moebius”

A produção do jogo fez uso extensivo da iconografia, e do guia semiótico desenvolvido para Alien, o Oitavo Passageiro, aproveitando até um ou outro design que ficaram de fora do filme original, principalmente de Rob Cobb e de Moebius (que só esteve conectado à produção do filme durante algumas semanas).

O objetivo do time de desenvolvimento era manter o design do “futuro dos anos 70” do filme original – praticamente abandonado por diversos jogos, bem como por Prometheus, e levemente presente em Covenant, mas isso tudo eu vou tratar outro dia.

“Uma das pequenas modificações feitas pelos desenvolvedores foi nas pernas do Xenomorph, que agora são recurvadas, como as pernas traseiras de animais quadrúpedes”

Uma das pequenas modificações feitas pelos desenvolvedores foi nas pernas do Xenomorph, que agora são recurvadas, como as pernas traseiras de animais quadrúpedes (e também da maioria das representações artísticas do cão, do tinhoso, daquele que a pele não gruda).

Isso foi feito porque Amanda pode se esconder embaixo de mesas, e outros objetos, e passa algum tempo olhando para as pernas do Xenomorph, e assim, é mantido a sensação desagradável, objetivo final de um jogo de terror.

https://www.youtube.com/watch?v=MfOLYj4Pw4o

Veredito

Jogaço, sensacional, essencial para qualquer um que curta jogos de terror, ou que curta a franquia Alien. Minha única reclamação é que o jogo é um pouco longo demais. Eu terminei o jogo com aproximadamente 25 horas de jogo, na dificuldade hard, que é a dificuldade indicada pelos desenvolvedores.

É também o único jogo da franquia referenciado no guia The Weiland-Yutani Report, um guia institucional, supostamente desenvolvido pela corporação, sobre os Xenomorphs.

Um dos melhores jogos de terror já lançados.