Autor: Mysteron, Munnrah e Jonny

O futuro é logo ali

Passados alguns bons dias após o término da E3 do ano de 2018, sentimos que com o hype mais contido e a empolgação dando voz a racionalidade dos prazos estamos mais aptos a escrever sobre a feira e fechar nossa singela cobertura com algo mais polêmico que mamilos: escolher a melhor conferência do ano para o RPG.

Quem dará a opinião que você lê abaixo são os mesmos que escreveram sobre as conferências aqui pro RPG, a citar: Mysteron, que escreveu sobre a Microsoft. Munnrah que cobriu a PC Gaming Show e por fim, Jonny que escreveu sobre Sony e Nintendo.

Destacamos que os três assistiram todas as conferências para tecer sua opinião. Fora isso, o sistema adotado para definição de qual foi a melhor conferência é simples: cada um escreveu uma síntese sobre a feira e no fim escolheu qual a apresentação que mais impressionou. A que tiver mais votos é a “vencedora” e fica sendo eleita a melhor conferência E3 de 2018 pro RPG.

Mysteron

A E3 desse ano mostrou que passamos da época da maturidade da geração atual. Anúncios (pelo menos indiretos) de que novos consoles já estão sendo criados mostram que estamos entrando em uma fase de transição, onde o foco das empresas começa a ficar dividido entre a atual e a próxima geração. Mas isso não significa que tivemos apresentações menores nessa E3. Muito pelo contrário. Teve muita coisa boa dando as caras:

EA

Uma apresentação beeeeemm mais ou menos: tivemos os jogos de esporte de sempre (pelo menos fizeram uma colagem bem rápida para anuncia-los), rolou uma apresentação um pouquinho mais detalhada sobre Battlefield 5 e Anthem e também o anúncio do Origin Access Primer – uma versão turbinada do seu serviço de catálogo com acesso antecipado aos novos jogos da empresa. Nada empolgante, porém nada ofensivo também. (A não ser aquele Command & Conquer para celulares…)

Microsoft

Eles fizeram questão de não perder tempo. Foram muitos jogos, alguns exclusivos e algumas estreias. O grande porém é que não teremos nada para jogar tão rápido, somente Forza Horizon 4 como exclusivo tendo o seu lançamento mais próximo. Mas a quantidade de jogos e o hype em cima deles surpreendeu. Tivemos grandes anúncios como Gears of War 5, Halo Infinite, Devil May Cry 5, Battletoads,Dying Light 2 e Cyberpunk 2077 entre outros. Tudo muitíssimo legal, mas tão distante. Sem dúvida nenhuma vai valer a pena esperar, mas a espera existe.

Bethesda

Tiros, explosões, rock pesado e um anúncio de que eles estão trabalhando no próximo capítulo da série The Elder Scrolls. Era pra ser legal, pois Rage 2, Fallout 76 e Doom Eternal tem tudo para ser grandes jogos. Mas faltou variedade.

Ubisoft

A variedade que faltou na apresentação da Bethesda sobrou na da Ubisoft. O já tradicional Just Dance está de volta (nem sei pra quê o anunciaram) e tivemos muita informação sobre os novos Assassin’s Creed e Beyond Good & Evil. Além de algumas IPs novas como Skull & Crosbones (sim, eu também estou de olho nesse jogo) e Starlink – com a parceria bem legal da Nintendo.

PC Gaming Show

Muita coisa interessante, que chega até a dispensar comentários. Pra quem tiver uma máquina capaz – e conseguir rodar tudo o que foi anunciado – não vai faltar jogo para os próximos meses. Mas o que mais me chamou a atenção foi a falta de grandes jogos para o VR. Muito pouco foi falado sobre esses acessórios e me dá a impressão que a tecnologia ainda está cara demais para se popularizar.

Sony

Grandes jogos anunciados (The Last of Us 2, Ghost of Tsushima, o novo Spider-Man) apesar de pouquíssimas novidades e uma apresentação que faria qualquer um ficar com vergonha (intervalo para mudar o local da apresentação? Show de banjo? Show de flauta? Pra quê isso?…) apesar disso, acredito que aqueles que conseguiram entender o quê diabos é Death Stranding devem ter ficado bem animados…. O resto ficou confuso.

Nintendo

Mais um ano, mais uma apresentação bem no estilo próprio da empresa. O destaque desse ano foi o novo Smash Bros. Que contará com todos os personagens lançados na série de uma única vez. Esse destaque foi muito bem destacado. Em todos os seus detalhes. E nuances. (Sim a redundância tomou parte dessa apresentação do SSB, na minha opinião).

E anunciaram outros jogos também – como os novos Pokémon. Boa apresentação, mas extremamente mal dividida e com tanta coisa legal para falar, eles resolveram passar a absoluta maior parte do tempo falando de um jogo que todo mundo já sabia que iria ser lançado. Legal? Foi. Bem legal? Nem de longe…

P.S.: Quero ver a apresentação da Devolver Digital ano que vem. Só pra ver o que aconteceu com a apresentadora…

Uma E3 legal, mas nada espetacular. Se tivesse que mencionar um ganhador, eu colocaria a Microsoft – boa apresentação, focada nos jogos (o que deveria ser o foco de todas as empresas) e tudo apresentado de forma sucinta e direta. Mas se ela leva esse caneco, foi porque as outras fizeram um tremendo esforço para se destacar pelos problemas e bizarrices. Muita coisa boa apresentada, mas o que você vai lembrar da E3 2018 da Sony? TLOU2 ou o cara do banjo? Ghost of Tsushima ou a apresentação de flauta? Pois é…

Que tenhamos grandes novidades ano que vem! Imagino que 2019 vai bombar com os tais consoles novos…

Muunrah

Vencedora da E3?! Bom, como não me deixaram votar na PC Gaming Show, até porque a show case anual da PC Gamer já é hors concours (brincadeira, ninguém disse que eu não podia votar na PC Gaming Show), meu voto vai para a Microsoft.

E para roubar aqui a expressão usada pelo Jim Sterling, essa vitória foi por WO. E o que isso significa? Não significa que foi uma apresentação ruim, pelo contrário! Achei que foi muito boa! O problema mesmo foi que as duas principais concorrentes praticamente desapareceram. A Nintendo, como sempre, focou nos seus first-party, que é o que os consumidores dela querem, dedicando aí praticamente meia hora a um único jogo. Já a Sony, focou nos seus first e second-party, que é o que os consumidores dela querem, dedicando aí praticamente meia hora para um único jogo.

Óia! Temos um padrão aí, Spock. A Microsoft, por sua vez, apresentou mais de cinquenta jogos, alguns para cumprir cota, mas a grande maioria, novidades e anúncios de primeira mão. E aos poucos vamos vendo a ressurreição da marca Xbox, depois do seu reinado na geração anterior. Foi o que a E3 deve ser, trailers, trailers, trailers, um apresentador bom e amado pela comunidade, sem nenhum rei na barriga, e alguns exclusivos ou até uma ou outra novidade de hardware. E acho mesmo que a Microsoft ficou na frente da PC Gaming Show, pelo único fato que a MS tem muito mais a perder com uma E3 ruim que a PCGS, que, literalmente, não tem absolutamente nada a perder. E justamente essa falta de responsabilidade com investidores e o diabo é que tem feito da PCGS ser, para mim, a apresentação mais gostosa de assistir todos os anos, mesmo tendo achado que em 2018, a vitória foi da MS.

Já de pior da E3, bom, acho que pior que odiarem você, é serem indiferentes. E isso aconteceu justamente com uma empresa que tem surpreendido nos últimos anos (tá,nem tanto assim): Square Enix. Trailers repetidos, anúncios repetidos ou atrasados, trailers sem gameplay das poucas novidades. Poderia ter poupado o dinheiro, Square.

Jonny

A E3, em minha concepção, é pra fabricar sonhos, pra empolgar, pra causar burburinho e nos deixar sedentos pelo hype que é causado.

É bem verdade que ao longo dos anos a forma como a feira impacta tem mudado. Seja pelas opções como as empresas que criam seus jogos podem divulgar e “chegar” ao seu cliente final ou até mesmo como a feira tem sido concebida. Antigamente era um evento para jornalistas, hoje já é mais aberta ao público geral. Mas, ainda assim, continua sendo o maior momento de games do mundo e que continua tendo um charme todo especial para os apaixonados pelo hobby.

Dito isso, tivemos uma feira um tanto quanto curiosa. Se por um lado podemos dizer que ela foi realmente excelente pela quantidade e qualidade de bons anúncios de games, pelo outro lado tivemos várias das conferências que mais impactaram pela estranheza em que foram apresentadas.

Tivemos de tudo: aquela que requentou tudo que ela própria disponibilizou pras outras três maiores do mercado; tivemos aquela que dedicou mais da metade de sua conferência para um único jogo; teve aquela que fez anúncio de jogo online que ela mesma não entende como funcionará e que apresentou aventuras espaciais, infernais ou medievais para sabe-se lá Deus quando; teve ainda a da flauta e do banjo, mas, que apresentou diversos games que dão água na boca; teve o mundo quase à parte dos PCs e sua enxurrada de games; e por fim, tivemos aquela dos 50 jogos.

E é justamente esta última que mais se destacou para mim. Se eu dizia na introdução que a E3 é pra fabricar sonhos e gerar hype, como ficar incólume diante desta que teve um ritmo tão alucinante que o anúncio de 50 jogos passou quase voando? Não satisfeitos pela quantidade, a conferência ainda impressionou por um bom ritmo, onde o mote era falar pouco e mostrar muito. Aliado a isso, esta mesma empresa ainda apresentou que comprou cinco novos estúdios e que estuda (e investe) de como jogaremos nossos games em um futuro não tão próximo.

É bem verdade que suas maiores concorrentes não conseguiram fazer muito à frente para combater a conferência da Microsoft, mas, convenhamos, em uma conferência onde tudo isso que falei acima é demonstrado, a empresa americana seria páreo duro mesmo que Sony e Nintendo, suas maiores concorrentes, tivessem feito apresentações melhores que as apresentadas.

A melhor conferência E3 2018

Quem diria, não?

Nesta geração a Microsoft pode até estar “perdendo” pras suas concorrentes, mas, diante da pressão sofrida, principalmente de seus principais fãs, ela conseguiu fazer um belo uso da E3. Com uma conferência correta, coesa, com pouco papo e muitos anúncios. Em um ritmo alucinante, trazendo a notícia da aquisição de cinco novos estúdios e demonstrando investimento para descobrir como será o futuro deste nosso hobby, a empresa foi eleita por nós, de forma unânime, a melhor conferência de 2018. Nem precisou de flauta, hein?!

Que venha 2019! Estaremos aqui novamente para fazer nosso apanhado de informações em postagens únicas facilitando pra quem não pôde assistir ao vivo ou pra quem deseja rever os maiores anúncios junto de suas datas de lançamentos e curiosidades.