Fala galera! Continuando a nossa série sobre kaiju e monstros gigantes em geral (ou seja, não necessariamente americanos), hoje vamos falar de um jogo que complementa a criatura da semana passada – A Oitava Maravilha do Mundo, King Kong.

Para mim, um dos games que melhor representa a experiência de ser King Kong, principalmente durante seu período na Skull Island, idolatrado, venerado como um Deus, e temido por todos, é o jogo dessa semana:

Primal Rage

Primal Rage é um jogo multiplataforma, lançado em 1994 para Arcade, e então, entre 94 e 98, para diversas outras plataformas, incluindo Genesis, SNES, Atari Jaguar CD, Saturn, e Sega 32X. O jogo foi desenvolvido e publicado pela Atari, para o Arcade, e por algumas outras empresas nas versões de console.

Trata-se de um jogo de luta, 2D, um-contra-um, com um modo história bastante interessante. Em um futuro distante, a Terra foi atingida por um meteoro que acabou com quase toda a vida humana. A Terra agora é conhecida como Urth pelos sobreviventes do Cataclisma, que passaram a venerar sete criaturas gigantes que emergiram das profundezas de Urth. Tais criaturas são reconhecidas como deuses pelos humanos, que se uniram em clãs em torno de cada um dos seres míticos gigantes. As próprias criaturas se dividiram em duas facções, aquelas que querem manter o equilíbrio da vida em Urth (Armadon, Blizzard, Sauron e Talon), e aquelas que querem destruí-lo (Chaos, Diablo e Vertigo).

O jogo original recebeu uma atualização em sua ROM, corrigindo o equilíbrio entre as criaturas, adicionando golpes e revisando finalizações. Foi o primeiro jogo de arcade a receber uma atualização em sua ROM original, sendo que outros costumavam lançar novas versões completas, a cada revisão nova.

Também foi lançada uma coleção de brinquedos baseados nas criaturas de Primal Rage, além de uma série em quadrinhos, um livro, chamado Primal Rage Avatars, e um jogo de tabuleiro!

Recentemente, foi descoberta a ROM do projeto inacabado e cancelado de Primal Rage II, que expandia o número de personagens, incluindo personagens humanos (gigantes), em uma espécie de proto Bloody Roar.

Acho que um dos detalhes mais interessantes de Primal Rage, e sua principal conexão com King Kong (tirando os óbvios personagens Blizzard, Deus da Bondade e da Vitude, e Chaos, Deus do… Caos), é que ambos foram animados usando a técnica do stop-motion.


Lembrando que o próprio Kong teve vários jogos, alguns exclusivos do Japão, baseados nos filmes das décadas de 70 e 80, alguns portáteis, baseados na série animada que tem um nome super criativo (Kong: Animated Series e Kong: King of Atlantis, que não é tão mal assim, hehehe).

Foram lançados também de dois jogos baseados no filme de 2005, Kong: The 8th Wonder of the World, para GBA, e Peter Jackson’s King Kong, multiplataforma, e um ótimo jogo, que mistura as jogabilidades de tiro em primeira pessoas, na qual o jogador controla Jack Driscoll (personagem de Adrien Brody), e um beat’em’up em terceira pessoa, controlando o próprio Kong.


Complementando a coluna da semana passada, em que falei dos filmes do King Kong, vamos falar um pouco mais sobre o personagem hoje. Kong, um gorila gigante, protetor de Skull Island, foi criado em 1933, por Merian C. Cooper. Cooper, envolvido com a indústria do cinema, através da RKO Pictures, e fascinado por um livro de sua infância, decidiu propor um filme de terror protagonizado por um gorila.

Arte conceitual de Kong, 1933

Após a aprovação do projeto, e diversos modelos fabricados por Willis O’Brien e Marcel Delgado, a imagem mais incônica de Kong foi criada, com algumas características humanas, mas ainda um grande Gorila.

 

O nome veio das histórias sobre a África e as expedições de aventureiros do final do século 19, pelas quais Cooper era fascinado. Kong acabou surgindo de uma combinação entre as palavras Komodo (do Rei de Komodo e o animal Dragão de Komodo, que na história original era para ser um dos inimigos com quem Kong lutaria), e o país africano da República do Congo. A luta com o Dragão de Komodo acabou evoluindo para a luta com o T-Rex.

O’Brien também utilizou algumas técnicas, e parte da aparência, de um filme mudo, de sua direção, de 1915, hoje em domínio público:

 


Uma das sequências do filme original, o “fosso dos insetos”, que está presente no remake de 2005 de Peter Jackson, acabou sendo perdida para a história. Excluída do filme pelo próprio direito, C. Cooper, supostamente a sequência seria muito brutal para as audiências de teste. O diretor era conhecido por queimar sequências removidas, e esse é o provável destino do vídeo original.

A sequência, para a infelicidade de Willis O’Brien, animador e artista do filme original, supostamente era uma das mais completas e trabalhosas que ele já tinha feito utilizando a técnica do stop-motion. Peter Jackson, sabendo da história (que na verdade, é bem famosa com os fãs de Kong), e sendo ele mesmo um fã, decidiu recriar a sequência, usando, ao máximo, as mesmas técnicas utilizadas em 1933:


É isso aí galera, espero que curtam!

E, como sempre, bom jogo a todos!!! E para quem conhece, semana que vem vamos falar das Elias.

PS: fiquem com o vídeo de Primal Rage II.